terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Sem mácula... Sem desesperos.

Hoje notei uma diferença em mim.
Após meses (vá pronto.. Desde sempre que sou assim..) a deprimir e a chorar, hoje aconteceu-me uma coisa má e eu não chorei, não deprimi, não fiquei tão insanamente ultrajada que vomitei ou perguntei-me se serei eu o problema ou fiquei a matutar até ter ataques de pânico.

Passo a explicar, tive alguns problemas com os meus colegas de casa, dois deles para ser mais precisa.
Mas as coisas que eles me disseram foram não só bastante ofensivas e magoaram-me bastante como não poderiam vir em pior altura.

Embora eu ache sempre que estou no fundo do poço, ou que raramente saio de lá.. Acho de facto que cheguei a um ponto da minha vida completamente ridículo.

O meu Pai continua um alcoolico em "denial" que agora nem fala com a única pessoa que era capaz de ir ao fim do mundo por ele.
Sim, o meu Pai continua sem falar com a minha Avó..

E eu em parte compreendo a cena dele, porque a minha Avó dá sempre onde dói mais, e destrói-nos a auto-estima e mata-nos um bocadinho por dentro sempre que está para aí virada.
Mas uma coisa é ela dizer-me que eu não valho nada para descarregar para cima de mim pelo facto de o meu Pai ser alcoólico, outra coisa é tentar que o meu Pai não beba por ele ser exactamente issso.

Pensando melhor, acho que nunca saberei se eles têm uma relação "simbiótica", ou se o facto de ele ser alcoolico não será também em parte culpa dela.
Mas isso não desculpa o comportamento cobarde e completamente chupista dele.
Se acha que ela o trata mal que se mude!
Foi o que eu fiz.

Eu ia dizer: ELE NÃO PODE, mas ele pode.. Tanto pode que é o que está a fazer.. Está a matá-la aos bocados.
O meu Pai está a partir o coração da minha mãe de criação. E não há nada que eu possa fazer para mudar isso.

O meu Avô está com problemas cardiacos pelos vistos, como sempre ninguém me diz nem explica nada em condições mesmo eu perguntando. Não devo ser de confiança para eles, ou não deve valer a pena falar comigo.
Serei para sempre invisível nesta família.

Trabalho 6 dias por semana num restaurante e, embora seja "gratificante" estar num sitio onde não me tratam mal e ou onde não tenho de vender a alma ao diabo para ganhar uns trocos (leia-se fazer vendas ou enganar velhinhos com truques de marketing para fazerem créditos no banco)... Ganhar 350 euros por mês de gratificante não tem nada e tem-me feito passar fome.

Se eu podia pedir dinheiro ao paizinho? Claro que podia!
Mas sou demasiado orgulhosa para isso.
E apesar de ter perdido peso continuo gordinha.
Possivelmente um bocado anémica.. Mas com curvas na mesma.. So I guess it's cool, it's under control for now.

No campo amoroso já se sabe que sou uma nódoa.. Os daddy issues lixam-me sempre. 
Ya, eu sou dessas...
Palavras bonitas de gajos inteligentes deixam-me doida e acho sempre que vou ser feliz para sempre porque a puta que me apareceu à frente assim mo diz.
Nunca mo prova, fica-se pelas palavras bonitas. 
Por vezes querem-me para me vergarem ou pela emoção de me verem com medo de me entregar ao que sinto. Outras vezes querem-me como namorada troféu. Mas eu não sou barbie nem bimba o suficiente para ir nessas modas e há sempre chatices quando me apercebo que na realidade não gostam sequer de mim ou querem sequer saber de como sou ou estou.
Mas acho que começo a ver o padrão, e acho que é altura de quebrá-lo.
Não posso continuar a suspirar pelos cantos por idiotas que me lembram o meu Pai e me tratam tal como ele: como se eu não valesse nada.

Maybe these are mommy issues aswell..?

Relativamente aos meus colegas de casa... Que eu pensava serem também amigos..
A única coisa que consigo dizer de momento foi que as coisas que eles me disseram e a forma como eles dizem ver-me chocou-me completamente. Especialmente porque por muitas falhas que eu tenha não sou de todo má pessoa ou má amiga.
Peco pela intensidade das minhas emoções e expectativas, pela agressividade das minhas palavras (my mommy taught me the bitch way, and that's the way to go!), mas sempre fui humilde o suficiente para pedir desculpa e tentar emendar-me se acho que errei.
As coisas que eles disseram de mim foram tão sem nexo e descabidas que a única coisa que me passou pela cabeça foi: " Se é isto que estes supostos amigos pensam de mim, não vale a pena refutá-los."
O meu outro colega de casa esteve presente na conversa e no final veio ter comigo, abraçou-me e começou a chorar.
Ficou com "pena" de mim pela forma como as pessoas me tratam.
Ele sempre me avisou que isto de confiar nas pessoas ou ser "boazinha" demais não era bom e fazia com que as pessoas abusassem de mim.
Tinha razão. Tal como toda a gente que me tem dito o mesmo durante todos estes anos.
Mas tudo isso vai mudar, a lição foi aprendida, não preciso de mais tombos ou avisos.

Não, não planeio tornar-me uma bad girl.
Lutei demasiado tempo para me libertar de máscaras. Seria estúpido, errado e francamente não sei se conseguiria voltar a usar uma.
Mas vou tentar ser mais cautelosa.
De boas intenções está o inferno cheio.
Entrei nesta vida sozinha e dela sozinha vou sair.
Mas uma coisa é certa: Não fujo mais!

Os novos inícios vão acontecer como e quando eu quiser.
Não quando uma crise me levar de novo para o poço e apareça um remendo milagroso para os meus males.
A vida faz acontecer!
Creio nisso com rendição.
Não vou ficar de braços cruzados. Mas também não torno a fugir!

A partir de agora vou andar de cabeça erguida na rua porque sou, por fim livre.

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