segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Última carta a um desconhecido.

Se eu te perdoo?
Claro que sim, eventualmente claro. Posso é guardar algum rancor e eventualmente ficar com repulsa de ti. Cobardia masculina é uma coisa que simplesmente não consigo engolir com dois dedos de conversa.
A verdade é que perdoei a minha mãe, sabes? Perdoei-a mesmo. Ela morreu e eu não posso cobrar nada a uma morta, alimentar esse tipo de raivas só me faz mal.
No entanto não esqueço...
Ela abandonou-me.
Trouxe-me para este país e voltou para o seu..
Mesmo sabendo que estava em guerra!
Ela preferiu voltar para um país em guerra do que ficar comigo e tentar ser uma mãe. Tentar ser o que eu precisava.
Pelo que me disseram ela provavelmente deixou-me pelos seus próprios vícios mesquinhos.
Tal como tu. Tu preferes ficar com os teus vícios e a tua vida de pequenez e desemprego do que tentar fazer uma vida nova comigo. Se eu te perdoo essa cobardia?
 Claro meu amor..
Claro.
 Mas não esqueço!
 Afinal de tudo não nos podemos esquecer que, se eu sou instável e difícil é maioritariamente pelos tropeções que dei na vida. Ser abandonada pela minha mãe foi o primeiro. Ser abandonada por ti será o último seguramente.

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