sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Memórias de vidas passadas.

Assustei-me..
Não me lembrava do que se tinha passado na noite anterior..
Lembrava-me de shots de tequilla que ele dizia que eram para me manter acordada..
Ele deve ter acordado também porque de repente me agarrou e eu dei por ela que estava nua.
"_És perfeita."

E beijou-me.. A cara o pescoço, a testa..

Beijou-me na boca e disse outra vez:
"_És perfeita!"
Eu olhei para ele, depois desviei o olhar pois sabia que ia fazer algo que só eu podia fazer.. E não conseguia encará-lo enquanto o fazia.

_Não te apaixones por mim. - Disse-lhe eu no alto da minha bebedeira e medo, que era cada vez maior e eu não sabia sequer porquê..

_"Não te preocupes que não me apaixono assim tão facilmente." - Respondeu-me ele.
E beijou-me outra vez, desta vez com mais intensidade.
Aí senti ainda mais medo, estava a gostar do que sentia e não podia permitir que isso acontecesse.

_Preciso de tomar um banho - Disse na esperança que a água lavasse o álcool e aquela sensação de bem estar que se queria instalar em mim.

_"Comigo?"

_Não!

_"ok.. Posso ver?" 

Não!!
-  Mas não pude deixar de rir do ar travesso dele (afinal estava podre de bêbada e é muito fácil fazer-me rir quando estou alcoolizada) o que fez com que ele aproveitasse para me roubar mais um beijo.

Passados 3 dias esta cena passava-me pela cabeça constantemente, perguntava-me porque tinha dito eu aquelas palavras.. 
Porque me tinha minado se na realidade tinha mesmo gostado de estar com ele?
Quando ele me disse que o que eu tinha dito o fizera pensar e ficara com medo, eu disse que tinha dito isso por medo. Que nem sabia bem porque o dissera..
Ele foi-se na mesma.





Passou-se algum tempo e numa festa um ex colega de turma com uma buba maior que a minha veio "chorar-se", pediu-me desculpa por ter sido tão anormal no liceu, disse que a vida tinha tratado de o ensinar. 
Respondi que não guardava rancor e que estava tudo bem, os dias de liceu já eram idos e águas passadas não movem moinhos.

Ele continuo a dizer que a sua vida era uma miséria, que os pais blá blá blá, eu que por acaso estava na fase simpática da grande carroça que também levava em cima fiquei ainda a ouvi-lo enquanto íamos todos para casa.

A páginas tantas ele diz-me que vai apanhar um táxi e para eu ir também que me dava boleia no táxi (ora mesmo bêbada eu pensei: partilhar um táxi não é o mesmo que ir para um carro com este bêbado, e estou cansada de qualquer das formas) apanhamos um táxi mas ele disse que tinha de ir a casa dos pais buscar uma chave não sei do que blá blá blá..

 Dei por mim em casa dele agarrada a um gato e a inventar uma desculpa para ir à w.c. para fugir dele. 

mandei sms ao meu ex que andava a noite toda a mandar mensagens a  chatear-me por ter posts em inglês no facebook.
Perguntei se estava de carro e disse-lhe para vir-me buscar.
Fomos tomar o pequeno almoço a uma pastelaria e eu adormeci no carro dele. 

Quando acordei  ele disse-me que me queria mostrar uma cidade ali perto e podíamos almoçar.

Ele queria saber tudo sobre a minha vida nos últimos anos especialmente se tinha namorado e  quem era.
Eu contei-lhe sobre o st. especialmente porque sabia que ele tinha namorada e via nos olhos dele algo estranho quando me olhava, não conseguia descodificar que sentimento era..
Dava-me a impressão que era.. Remorso.. Olhava para mim com uma simpatia tal, como se tivessemos voltado ao tempos de escola e eu estivesse prestes a dar o meu primeiro beijo, quando ele me chamava princesa e eu me derretia.
Olhava-me e era isso que eu lia nos seus olhos..
Mas já se passaram tantos anos!

Ele perguntou-me se realmente gostava do st. eu disse-lhe que sim.
Vi então nos olhos dele surpresa...
Disse-me que na "nossa" altura me tinha amado de verdade mas não tinha tido coragem para assumir o nosso amor.
Eu fingi que não tinha ouvido..
Não me apetecia discutir o passado, a bebedeira estava a passar e o asco pelo homem à minha frente tornava-se insuportável.
Ele deve ter notado.
Disse que eu estava diferente.. Mais dura..
Disse que esperava ter sido o único homem a magoar-me e que esperava ter sido o que me tinha magoado mais.

Eu respondi-lhe que o nosso capitulo era velho, e pertencia a um livro fechado que eu não tencionava abrir nunca mais.

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