Despida de mim mesma dou-me a ti como se fosse imprescindivel..
Deixo-me levar inebriada pelo arrastar do tempo que voa sem eu dar por ela.
A manhã encontra-me agarrada a ti ante um precipicio que eu tenho medo de afastar..
Como se o ontem nunca tivesse existido, afasto-me de quem gosto mais..
Sempre o fiz..
Como se o ontem nunca tivesse existido, para mim há sempre uma prazo a cumprir, depois disso já é pesado demais o "fardo" da companhia de alguém..
Como se o ontem nunca tivesse existido.. É-me sempre demasiado fácil dar-me..
No entanto, sei o quanto custa quando o que dou não chega para não me perder..
E eventualmente deitar a perder o que tenho..
Sei muito bem estabelecer o meu espaço e criar barreiras.
E sei também que contigo é diferente..
Como se a manhã me tivesse realmente apanhado de surpresa, neste limbo que afinal passou sem a habitual melancolia de fim de dia..
Esta confusão toda que sinto..
Não a compreendo..
De todo..
Muito menos a mim.. Ou a ti..
Sei que a tua ausência me custa..
Sei que estar enredada nesta confusão de sentimentos é...
Algo estranho para mim..
Afastei tudo e todos, quando chegou a tua vez tive medo de te perder..
Depois de perder tanto não te queria perder a ti.
Tu, que me compreendias do outro lado do universo, quando dei por ela que talvez ate me entendesses sem palavras tive medo..
Medo que me lesses por inteiro e visses tudo o que sou, mesmo o que eu não conto a ninguém nem tenho a audácia de confessar a mim mesma embora no fundo já o saiba..
Eventualmente...
Afastaste-me tu a mim..
E nem os meus gritos e lagrimas te puderam prender..
Tenho medo que não voltes.
Tenho medo que voltes e eu tenha demasiado medo, e\ou rancôr..
Tenho medo de mim..
Tenho medo de ti.